Olhar as pessoas, olhar a floresta: o investimento em ESG da Coca-Cola Brasil na Amazônia

A segunda edição do Festival de Investimentos de Impacto e Negócios Sustentáveis da Amazônia (Fiinsa), realizada em Manaus, trouxe para a discussão temas de relevância para o desenvolvimento sustentável da Amazônia dentro do ecossistema de impacto e bioeconomia regional. Um ambiente que reuniu pessoas e marcas que atuam na região para gerar desenvolvimento econômico e social para as populações locais. 

Nós, da Coca-Cola Brasil, aproveitamos a oportunidade para partilhar experiências, perspectivas para o desenvolvimento de uma nova economia, os desafios para fomentar negócios, e, principalmente, trazer um olhar para os investimentos em ESG – sigla, em inglês que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização – que geram impacto social e econômico na vida de homens e mulheres no Amazonas, Estado em que atuamos há mais de 30 anos.  

Sabemos que desenvolver econômica e socialmente as populações na Amazônia ainda é um desafio para todos os atores envolvidos no processo, mas muito mais para as populações que ocupam essa região. O território e sua rica biodiversidade oriunda da floresta encontram barreiras para uma nova economia e até mesmo para desenvolver atividades já iniciadas e com potencial econômico. É por isso que a Coca-Cola Brasil, por meio do programa “Olhos da Floresta”, busca fazer a diferença na vida das comunidades onde atua. 

Ao longo dessa trajetória de atuação na região, nossas iniciativas têm sido focadas em contribuir para o desenvolvimento sustentável da Amazônia e para a diminuição das desigualdades locais. Estamos presentes na capital – com a Recofarma, nossa fábrica de concentrados, e com a Solar Coca-Cola, nosso fabricante – mas, principalmente, no interior do Estado levando ações de impacto para homens e mulheres que atuam na cadeia do guaraná em mais de 124 comunidades. 

Essa presença, que tem sua principal atuação com o programa “Olhos da Floresta”, fomenta o desenvolvimento econômico tanto na geração de emprego e renda – mais de 14 mil postos de trabalho -, quanto no desenvolvimento social e sustentável da região. Por meio dele, buscamos atuar na melhoria da produção, comercialização, rastreabilidade e certificação do guaraná do Amazonas, levando assistência técnica para os produtores, boas práticas, fortalecimento das Associações e Cooperativas e remuneração justa.

Em 2016, em parceria com o Imaflora, a Coca-Cola Brasil criou o programa com investimentos para fomentar a sustentabilidade e o desenvolvimento econômico do Amazonas apoiando o pequeno produtor. Quando começamos, o programa era apenas um piloto e contava com quatro municípios. A primeira safra de guaraná foi comercializada dois anos depois, em 2018. Hoje presente em 17 municípios – Apuí, Autazes, Borba, Canutama, Humaitá, Iranduba, Itapiranga, Manacapuru, Maués, Nova Olinda do Norte, Novo Airão, Novo Aripuanã, Parintins, Presidente Figueiredo, Silves, São Sebastião do Uatumã e Urucará-, podemos dizer que o programa tem como principal ingrediente as pessoas e atua sob a ótica de “olhar as pessoas, olhar a floresta”.

O olhar para as necessidades das pessoas dentro do negócio está fortemente presente dentro do programa. Dos 17 municípios que integram o “Olhos da Floresta”, quatro deles abrigam Unidades de Conservação (UCs), na qual produtores e guardiões da floresta cultivam o guaraná, sendo elas: a Área de Proteção Ambiental (APA) da Margem Direita do Rio Negro, em de Novo Airão; na Floresta Nacional (Flona) Pau Rosa, em Nova Olinda do Norte; na Área de Proteção Ambiental Caverna do Maroaga, em Presidente Figueiredo; e na Floresta Estadual (FES) de Maués. São comunidades mais isoladas e que estão à margem do mercado, muitas vezes sem acesso nem mesmo à estrutura logística. Entender as demandas dessas famílias que cultivam o fruto e preservam a floresta faz parte da nossa atuação na região. 

Para gerar impacto nessas e em outras famílias espalhadas pelos 17 municípios de atuação do programa, a Coca-Cola Brasil aposta no empoderamento dos produtores de guaraná com ações e programas de inclusão social, geração de renda e uso racional dos recursos naturais.  Esses são alguns dos pilares do programa, que incentiva, ainda, a adoção de práticas agroecológicas que utilizam os agroecossistemas como unidade econômica integrada ao território. Este método de agricultura regenerativa leva em consideração as dimensões ecológicas, sociais e culturais para a produção do fruto, combinando culturas agrícolas e espécies florestais em um mesmo espaço, recuperando áreas alteradas e repropondo uma alternativa para o monocultivo – sistemas agroflorestais (SAFs).

O “Olhos da Floresta” fomenta a organização social dos produtores, fortalece a comercialização do fruto (via Cooperativas e Associações), apoia a ampliação da produção e a melhoria das condições de trabalho e estimula a expansão de mercado para os produtos originados do guaraná. São conquistas e avanços importantes que fomentam o desenvolvimento sustentável da região e ajudam a diminuir as desigualdades locais. 

Os resultados do programa são fruto de um trabalho de um time dedicado em usar a força da marca e a capilaridade da companhia para fazer a diferença na vida de homens e mulheres amazônicas. Mas, principalmente, desse olhar de atuação conjunto que conta com a participação das famílias produtoras do fruto no desenvolvimento da cadeia do guaraná na região. Com isso, nossas ações impactam diretamente na proteção de milhares de quilômetros de floresta que abrigam nossa rica biodiversidade. 

Entendemos que é preciso dialogar sobre as demandas da região, mas, principalmente, ter um olhar atento ao que as pessoas realmente precisam. Ao aportar os investimentos ambientais da empresa nessa região, procuramos conectar muitas parcerias entre sociedade civil, iniciativa privada e governo para permitir a ampliação do nosso impacto na região.

Temos muito claro que, sozinhos, não teríamos os resultados que alcançamos. Por isso, nossa provocação para todos é: vamos juntos “olhar as pessoas, olhar a floresta” e suas necessidades para fazermos a diferença?


João Carlos dos Santos Jr. – Head do programa Olhos da Floresta da Coca-Cola Brasil e agrônomo especialista em agricultura sustentável na Amazônia

Baixe o ebook do 2º FIINSA